O processo de nutrição adequada, em pacientes com Síndrome de Down (SD), assim como toda criança, precisa acontecer logo após o nascimento, incentivando a sucção do leite materno, pois os bebês com a síndrome apresentam dificuldades com a deglutição e nesta fase da vida, sugar o leite da mãe, fortalecerá a musculatura da boca. Além disso, a protusão lingual, a cavidade oral pequena, a dentição tardia e/ou inadequada, características específicas da síndrome, podem interferir no consumo alimentar adequado, durante a infância.
Crianças com SD apresentam hipotonia (diminuição no tônus muscular), o que faz com que elas gastem menos energia, já que a atividade muscular é menos intensa, além de levar à constipação intestinal crônica, uma vez que o intestino também tem sua força reduzida para expelir as fezes. Como se gasta menos e se absorve mais, há uma tendência maior ao excesso de peso, sendo a obesidade uma característica dominante nas crianças com Síndrome de Down e essa prevalência, acentua-se com o avanço da idade.
Além disso, o organismo dessas crianças sofre mais ação de oxidantes, que aceleram o envelhecimento das células, gerando um envelhecimento precoce, cerca de 50% maior, sendo importante uma alimentação rica em vitaminas e substâncias antioxidantes.
Com um bom acompanhamento nutricional, a obesidade e outras doenças comumente associadas à SD podem ser prevenidas. A terapia nutricional deve ser individual, pois erros dietéticos, menor taxa metabólica basal, compulsão alimentar, hipotonia geral dos músculos, incluindo aqueles envolvidos na digestão, são os principais fatores que contribuem para o ganho progressivo de peso e suas consequências, ao longo da vida.
Bárbara Cátia Martins da Silva
Nutricionista Especializada em Doenças Raras / EIM
CRN 710
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